terça-feira, 29 de setembro de 2009

VI Edição do Concurso de Espumantes Brasileiros

Revista Adega - Setembro 2009 (resumo)

Aconteceu em agosto na cidade de Garibaldi o VI Concurso Brasileiro de Espumantes - uma competição a cada edição mais acirrada pela qualidade dos participantes, vindos de 66 vinícolas de todo o Brasil.
O concurso, promovido nos anos ímpares pela ABE (Associação Brasileira de Enologia), reuniu 65 degustadores, divididos em dois dias de provas - em que 205 amostras de espumantes passaram pela avaliação de enólogos, enófilos e jornalistas especializados.
Com vendas em bom rítimo no mercado interno e externo, a produção de espumantes se esmera em cuidados para continuar competindo com as novas marcas que surgem nas mais variadas regiões do país; fato comprovado durante o concurso.
O pódio final revelou uma grande medalha de ouro para o espumante que conseguiu dos jurados mais de 94 pontos - entre os 100 possíveis. Coube à tradicional vinícola Dal Pizzol (Bento Gonçalves) o lugar mais alto com o seu espumante "Do Lugar Brut Charmat", além de mais duas medalhas de ouro para os espumentes "Dal Pizzol Brut" e "Do Lugar Moscatel".
Ao todo foram premiados com a medalha de ouro 48 marcas (obtiveram notas acima de 88 pontos) e 13 com medalha de prata (notas entre 84 e 87 pontos).
O espumante "Do Lugar Brut Charmat" (R$32,00) combina as uvas Pinot Noir e Chardonnay da serra gaúcha, com aromas delicados de abacaxí, pêssego e floral. Uma boa perlagem, com uma cor amarelo pálido e boa permanência.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Merlot

Muitas vezes confundida com a Cabernet Sauvignon, a uva merlot (que significa "pequeno melro") tem como produtora mais famosa a região de Bordeaux na França, principalmente as áreas de Pomerol (cujo principal representante é o Chateau Petrus - o mais famoso merlot do mundo) e St. Emilion. Na grande maioria dos vinhos de Bordeax a uva Merlot é associada à Cabernet Sauvignon e à Cabernet Franc (chamado corte bordalês clássico), mas também podemos encontrar outras associações como por exemplo a Malbec.
No novo mundo as principais regiões produtoras estão nos Estados Unidos, particularmente na Califórnia e Washington. O Chile e o Brasil também são regiões onde a produção de Merlot está em franca ascensão.
Seus aromas e sabores passam pelas frutas vermelhas maduras (amoras e ameixas pretas), cassis, chocolate, café e, as vezes, couro. É um vinho macio com acidêz e taninos bem equilibrados.
Os vinhos de Merlot, na maioria, devem ser bebidos jovens, porém os grandes Pomerol ganham complexidade com o tempo.
Harmonizam muito bem com carnes grelhadas, em especial o cordeiro. Também com queijos de massa amarela e mais condimentados.
Com raras excessões, é um vinho que deve sempre ser bebido acompanhado de uma boa harmonização, não é um vinho para se tomar sozinho.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Degustação as cegas de Merlot com cordeiro

Ontem realizei um desejo que a muito tempo vinha imaginando fazer, uma "degustação às cegas". Escolhemos uma determinada uva, que no caso foi a Merlot e harmonizamos com um pernil de Cordeiro com ervas e molho também a base de vinho merlot. Escolhemos os vinhos seguindo os seguintes critérios:
-Vari
etais 100% merlot.
- Se possível, o mais semelhante possível em termos de envelhecimento em barris e safras não muito distantes uma das outras.
-Três terroirs diferentes.

Os vinhos escolhidos foram:
1) Chateau Bardineau 2004, França. Um bordeaux varietal de Merlot (não c
onseguimos identificar ao certo quanto tampo de envelhecimento em barricas)
2) Salton Talento 2006, Brasil. Varietal de Merlot (12 meses de envelhecimento em barricas)
3) Santa Ema 2007, Chile. Também 100% Merlot (6 meses de envelhecimento em Barricas)

O Cordeiro foi marinado por 4 horas com vinho Merlot, alecrim, mangericão, salsinha e tempero de alho e sal. Acompanhado de arroz branco e cebolas caramelizadas ao molho merlot.
Num total de seis pessoas, foi feito inicialmente uma degustação sem harmonização para identificarmos os aromas, sabores e procedência dos vinhos, lembrando que nenhum dos participantes sabiam qual vinho estavam tomando. Foi dado um nota a cada um deles (entre 80 e 100). Depois foi servido o prato e então perguntado qual deles harmonizava melhor com o prato servido.

A experiência foi sensacional. Eu, particularmente, sempre quiz fazer uma degustação às cegas incluindo um vinho Brasileiro e outro Francês. O propósito seria quebrar alguns mitos e preconceitos, ou talvêz até acentuá-los.

O vinho que recebeu maior pontuação foi o Salton Talento (Brasil), quatro pontos a frente do Chileno e vinte e um pontos a frente do Francês.

No quesito harmonização houve um empate entre os três vinhos ( 2 votos para cada).

Descrevo agora a minha avaliação dos vinhos:

Chateau Bardineau 2004 - Apenas cinco anos de garrafa mas já com coloração mais atijolada, o que me causou já uma certa surpresa, pois cinco anos é um tempo curto para um envelhecimento tão acentuado. Pouco aromático, com tons leves de café, baunilha e madeira. Pouco encorpado. Na minha avaliação um vinho sem brilho. Nota: 82 pts.

Salton Talento 2006 - Um vinho completamente diferente do primeiro. Uma cor vermelho rubí vibrante, aromas de baunilha, café, frutas vermelhas e ameixa. A medeira esta um pouco acentuada (12 meses). Na boca um equilíbrio marcante entre o sabor das frutas e a madeira. Um vinho mais encorpado, taninos presentes e aveludados. Evolução muito boa na garrafa, provavelmente estando no seu melhor momento. Como a maioria dos vinhos nacionais de qualidade perca no quesito preço. Nota: 89 pts.

Santa Ema 2007 - Certamente um vinho ainda jovem e que prescisa de uma evolução de alguns anos na garrafa. Aromas marcantes de madeira e frutas vermelhas maduras. Taninos ainda rudes e com uma acidês que incomodava um pouco (vinho jovem ainda). Apesar disso, na minha opinião, foi o que hormonizou melhor com o cordeiro. Nota: 88 pts.

O cordeiro foi muito elogiado e realmente focou muito bom, de sabor suave e conscistência bem macia. Segue a receita:

Para 6 pessoas
-2 unidades pequenas de pernil de cordeiro que foram desossadas depois de descongeladas
-1 xícara de vinho Merlot
-alecrim
-mangericão
-salsinha seca
-pimenta do reino moída na hora
-tempero de alho e sal
Misturar todos os temperos e fazer uma marinada com a carne. Deixar na geladeira por 4 horas. Cobrir com papel alumínio e colocar para assar por 2 horas, retirando o papel alumínio nos últimos 30 minutos para secar o molho. Durante o cozimento regue a carne com o molho.
Cebolas caramelizadas:
-O quanto baste de cebolas cortadas em rodelas
-manteiga
-3 a 4 colheres de açúcar
-1 xícara de vinho merlot
Em uma panela derreta a manteiga e coloque a cebola. Quando ela estiver macia coloque o vinho e o açúcar e deixe cozinhar até que a cebola adquira a cor do molho e ele engrosse levemente.

Na minha avaliação o melhor vinho foi o nacional, quebrando um certo preconceito que eu tinha sobre vinhos brasileiros. Já em relação ao vinhos franceses, que me desculpem os experts em vinhos e apaixonados pelos franceses, mas eu ainda não conseguí tomar um vinho francês que realmente me encantasse, como muitos chilenos, californianos, potugueses, australianos, etc...
A experiência de se degustar as cegas é extremamente didática e certamente repetiremos mais vezes.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Anakena - Pinot Noir - 2007

Um vinho bastante interessante no quesito custo/benefício. O Anakena Single Vineyard 2007 é produzido no Vale do Rapel no Chile, constituído 100% da uva Pinot Noir e envelhecido 6 meses em barricas de carvalho francesas, apresenta uma cor rubí muito bonita e peculiar. Seus aromas passam pelas frutas vermelhas frescas (cerejas e amoras) e tons florais leves, tudo envolvido num delicado toque amadeirado. Um vinho de corpo médio e sabor amplo e equilibrado. Taninos bem suaves porém sem deixar perder uma certa robustês no paladar, talvêz mais por conta do alcool que apresentou-se um pouco elevado na boca. Harmonizou muito bem com um queijo Brie.
Nota: 88pts Custo: R$45,00