sábado, 15 de agosto de 2009

Borgo Scopeto 2002 (Chianti Classico)


Um elegante representante da região da Toscana na Itália, o Chianti Clássico é uma das sete províncias dentro dessa denominação de origem controlada e garantida (Classico, Colli Aretini, Colli Fiorentini, Colline Pisane, Colli Senesi, Montalbano e Rufina). Composto pela uva Sangiovese, este vinho evoluiu muito bem na garrafa e apresenta-se agora com uma coloração mais atijolada, típica de vinhos mais velhos. Um aroma bem amadeirado, acompanhado de baunilha, café e tostados. Na boca um vinho elegante com o sabor do carvalho bem pronunciado, se sobressaindo sobre os sabores da fruta. Taninos bem delicados, com um bom corpo e ótima persistência. Nota: 88pts

A região onde é produzida o Chianti Clássico é um local de beleza inspiradora. Os vinhedos dividem as colinas com bosques de oliveiras, ciprestes, pinheiros, castelos e seculares casas rurais de pedra.

Por lei o Chianti Clássico deve ser composto de 75 a 100% de Sangiovese, até 10% de Canaiolo, até 15% de outras uvas tintas (inclusive Cabernet Souvignon e Merlot) e até 6% de uvas brancas (Trebiano ou Malvásia). O “Riserva” também deve seguir essas porcentagens, exceto que não são permitidas uvas brancas.

Os melhores Chianti Clássico básicos tem sabores de ameixas e cerejas secas, e às vezes um toque de sal e especiarias. Os Chianti mais estruturados, complexos e elegantes são os Chianti Clássico Riserva, por lei amadurecidos por, pelo menos, dois anos em madeira e envelhecidos três meses em garrafa. Em geral, os Riserva só são produzidos em anos de melhores safras e com uvas provenientes de vinhedos selecionados.

A origem do símbolo do Galo Negro vem ainda da idade medieval, quando as cidades de Florença e Siena lutavam pela posse das terras entre as duas cidades. Área que hoje contém as provícias da denominação de origem do Chianti. Diz a lenda que as duas cidades, cansadas de tantas batalhas sangrentas, decidiram determinar a fronteira entre elas de uma maneira bem singular. Cada uma delas deveria escolher um cavaleiro e vesti-lo com as cores da sua respectiva cidade. Também cada uma delas deveria escolher um galo para, com o amanhecer, dar o sinal de partida para o cavaleiro com o seu canto matinal. No lugar onde os dois cavaleiros se encontrassem deveria ser marcado a fronteira entre as duas cidades. Siena escolheu um galo branco e Florença escolheu um galo negro. O galo de Florença começou a cantar antes do amanhecer, permitindo que o cavaleiro de Florença começasse a cavalgar primeiro que o cavaleiro de Siena, dando a ele uma boa vantagem. Os dois se encontraram a uma distância de apenas 12 quilômetros de Siena, dando a Florença o domínio de quase a totalidade dessa região. Por isso os produtores dos vinhos Chianti decidiram homenagear o galo negro colocando-o como símbolo do Chianti Clássico.

Um comentário:

  1. Apesar dos bons vinhos do novo mundo, atualmente tenho apreciado os vinhos italianos e portuqueses. Realmente os chiantis merecem um comentario a parte. Otima descrição do vinho professor Carlos, principalmente pelo destaque da madeira, já que este vinho completou sua maturidade na garrafa.
    Abraço fraterno.

    Ricardo Guerra

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